terça-feira, 12 de março de 2013


Lição do Lel

Leleco era um cachorro como todos que têm um bom dono: vigiava bem o território, era fiel, boa companhia. Ele também era legal com Margarida, a nova vizinha que fez amizade com o seu dono. Ela não o dava carinho nem comida como o seu dono, mas mesmo assim podia aproveitar um pouco do chamego que aquele cachorro tinha a oferecer. Para ela, ele também dava a patinha e rolava no cão.

A vizinha passou a gostar disso e todos os dias vinha atormentar o Leleco. Agora além de dar a patinha e rolar o chão ele também tinha que andar com duas patas. No início ele aceitou por uma questão de simpatia e porque o seu dono o deu indícios que ela era legal. Depois, continuou a aceitar porque a vizinha o dizia que ele era “um bom menino” e dava alguns grãos de ração. Só que com o passar do tempo ela achou que ele faria tudo isso sem retribuição. Leleco estava agora dando patinha, rolando no chão, andando com duas patas e se fingido de morto até quando ela dizia que não estava ainda do agrado dela.

Leleco parou de achar graça na vizinha, agora ela era uma chata. Leleco também não queria mais saber da história do Pequeno Príncipe, afinal ele não era responsável pelo que cativou. Mas parece que a vizinha não pensou do mesmo jeito. Ficou com raiva. Leleco até tentava por educação dar uma fuçada nela demonstrando atenção. Foi ignorado.  Depois, ainda foi provocado, afinal agora ele não prestava para nada.

Moral da história: cachorrada ou genterrada?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sobre hoje



Bem, acredito que na sociedade seja mais fácil ser homem do que ser mulher.  Obviamente, cobranças existem dos dois lados: enquanto se espera do homem atitude, coragem, força, responsabilidade e virilidade; da mulher espera-se tudo isso com uma falsa  dose de delicadeza;  ela tem que ser forte para sofrer, mas necessita se parecer frágil para não atingir a “superioridade” masculina.

Digo que é mais fácil ser homem porque as cobranças que são feitas a eles os levam ao “progresso”, enquanto as cobranças feitas a elas não surtem efeito com a mesma proporção, pois as mesmas ficam com múltiplas tarefas.  Porém, os homens são mais inocentes. O machismo é tolerado por uma questão de necessidade misturada com conveniência e tende a perder o seu espaço. 

O resultado é que no nosso século não se sabe mais o que é ser homem e o que é ser mulher, pois os mesmos estão mudando. Mulheres estão trabalhando, dirigindo, estudando, escolhendo se querem ou não casar e/ou ter filhos. Os homens estão se livrando um pouco da pressão acerca da masculinidade e também estão se aventurando em tarefas que eram consideradas femininas, como a culinária, por exemplo. Confesso que nesse caso é mais difícil citar exemplos. Aliás, a culinária nem é bem um papel feminino. Confesso aqui também que não sei exatamente sobre a reação dos homens frente à “invasão” feminina. Creio que nem mesmo os homens saibam ao certo o que fazer.

Isso é bom ou é ruim? Acredito que a mulher ainda esteja em desvantagem, mas se perguntarem para ela se quer trocar de lugar com os homens, certamente a resposta será não. Mulheres querem continuar a ser mulheres e homens querem continuar a ser homens. Porém, muitos dos papéis que são dados a cada um são criações da sociedade, poucos são biológicos. Como será então que a mesma se organizará para decidir de maneira mais justa sobre os relacionamentos futuros? Sinceramente, eu não sei.

Sei que hoje é o Dia da Mulher e deve ser grafado com letra maiúscula para revelar sua importância. Sei que elas esperam que os homens se lembrem disso e que possam surpreendê-las (sim, elas ainda acreditam que os homens possam fazer isso). Aos homens, digo que fazer isso vale a pena, pois quando uma mulher está feliz ela compartilha isso com o coração. A todos, a sociedade é feita por nós e será da maneira pela qual a maioria decida. Que tal dialogarmos e buscarmos juntos maneiras para o bem-estar mútuo?

sábado, 2 de março de 2013

Um pouco de amor próprio faz bem




Por muitos anos me senti acanhada de dizer não para as pessoas que precisavam escutar. Desta maneira, acabei recepcionando penetras em meus aniversários, emprestando objetos que saberia que não seriam devolvidos, fazendo favores a quem não merecia, conversando por educação com quem não merecia nem um pouco de atenção. Comi o que não tinha vontade para não fazer desfeita. Fui a lugares que não me interessavam. Comprei o que não queria para ajudar alguém. Dei carona a quem mal conhecia. Dei esmola quando estava desempregada. Cheguei até mesmo a passar por cima de meus princípios, mentindo porque me pediram e não tive coragem de dizer não. Ficaria horas citando exemplos de negações que fiz a mim mesma. E assim os caras de pau tomaram conta da minha vida. Por educação, acabei me transformando em palhaça. 
Dizer não para os outros não quer dizer que será ruim com eles, mas às vezes será apenas bom para você mesmo. Sim, um pouco de egoísmo pode significar apenas um pouco de amor próprio.  Portanto, a sinceridade será bem-vinda e não fará doer àqueles que correram o risco de tê-la.